domingo, 29 de junho de 2014

Em time nenhum!


Minha gente, povo meu, ontem a seleção brasileira conseguiu passar para as quartas de final da Copa do Mundo 2014.

Assistimos a um jogo muito difícil devido às mexidas estranhas que Luiz Felipe Scolari fez na equipe. É que ele não apenas trocou o Paulinho pelo Fernandinho. Não. Como sempre, ele mexe num jogador e mexe em todo um setor.

Ontem ele colocou o Fernandinho e aproveitou para trocar o posicionamento do Hulk e do Oscar. Com isso ele mexeu nas duas alas. Há muito que a seleção vem jogando com Hulk e Daniel fazendo o lado direito e Oscar e Marcelo fazendo o lado esquerdo. Com isso, Neymar tem mais liberdade de jogar por qualquer setor sem a necessidade de marcar mais forte, até porque, sempre que ele assim tentar fazer, o faz muito mal.

Esperava-se que com a entrada do Fernandinho, o time ganhasse uma melhor saída de bola e uma chegada à frente mais consciente. Porém, com as mexidas realizadas pelo Luiz Felipe, houve um desentrosamento Hulk/Marcelo e Oscar/Daniel, prejudicando assim o trabalho que seria realizado pelo volante, face à instabilidade nos setores.

Como que “prá não dar o braço a torcer”, já que todos vêm pedindo a substituição do Paulinho (que nunca esteve tão “falante” quanto ontem), no segundo tempo do jogo ele desfez a mudança Hulk/Oscar, mas tirou o Fernandinho e pôs o pupilo Ramirez, uma aposta pessoal.

Com Neymar “baleado” pela entrada dura e desleal do chileno, o time sentiu falta de um organizador de jogadas; mais uma “perola” do treinador, colocou o Willian em campo. Ele erra e os jogadores são os culpados por não conseguirem fazer o que ele pede e muda a todo o instante. E não adianta dizer que jogador de seleção tem que estar pronto prá isso. Não. É de conhecimento comum que futebol é também habilidade para realizar o que foi programado, esquematizado. Mas para que a habilidade seja posta na sua melhor forma, é necessário muita repetição. Por isso que os trabalhos técnico-táticos vão até o ponto da exaustão, para que o jogador realize a jogada sem ter que pensar, automaticamente.

Você vai dizer que do outro lado tinha um time também querendo vencer, passar de fase, e muito bom. Concordo. É verdade. Mas o time do Brasil é muito melhor, o técnico é que está atrapalhando. E o pior, pela qualidade dos jogadores, pode até ser campeão.

Como estamos escutando a todo instante durante as transmissões dos jogos: esse foi o melhor time do Chile em Copas do Mundo. Como também se fala que a Colômbia nunca passou das oitavas e agora está numa campanha memorável com 100% de aproveitamento, ataque mais positivo, defesa menos vasada e com o artilheiro do torneio. Mas, no individual, o time brasileiro é superior. Se temos divergências no conjunto, sobra qualidade no individual.

Duas grandes dificuldades deixam nuvens carregadas para a próxima partida, contra a Colômbia, sexta-feira, às 17:00 horas, na Arena Castelão, em Fortaleza/CE: a suspensão de Luiz Gustavo, e a possibilidade de Neymar não se recuperar a tempo da contusão que sente na coxa direita.

O primeiro pela regularidade e segura proteção que dá à defesa. O segundo, por ser não apenas o melhor jogador do time como também da Copa e que com certeza, fará uma enorme falta caso não possa participar do jogo.

Sei que está se perguntando sobre quais os possíveis substitutos para os dois. Para o lugar o Luiz Gustavo, é provável que Luiz Felipe coloque seu protegido Ramirez ou faça retornar o Paulinho, recuando mais o Fernandinho.

Para o lugar do Neymar é que a coisa fica mais difícil. Mas, ele poderia colocar o Willian e trazer o Hulk para jogar mais junto do Fred. Com o Oscar fazendo o lado esquerdo e o Willian o direito no ataque. Ambos trocando de posições na saída rápida para o ataque. O time ganharia em velocidade. Porém os volantes teriam que “ficar” mais, só sair “na boa”.

Como também, poderia utilizar a velocidade do Bernard pelo lado direito, com o Daniel ficando mais preso, ou entrando o Maicon para melhorar na marcação. E nesse caso o Hulk ficaria mais solto para se movimentar mais em campo.

A dificuldade é que Luiz Felipe sempre troca de jogador, mas quer continuar com a mesma forma de atuação da equipe. Como se cada jogador não tivesse uma maneira própria de jogar. Isso deixa o atleta preso, travado, preocupado em não errar e em fazer o que o outro a quem está substituindo faria. E alguém para fazer o que faz o Neymar, não vai encontrar nesse, nem em nenhum outro time. 


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