Aproveitando o casco
Minha gente, futebol é realmente engraçado, prá não dizer hilário.
O Marcelo Sergipano assumiu a presidência do Estanciano Esporte Clube e reuniu
um grupo de amigos, com os quais passou a comandar o Canarinho.
Relegou toda e qualquer aproximação com os dirigentes e
apoiadores anteriores, aos quais passou a culpar por todas as dificuldades
encontradas no árduo caminho da conquista esportiva.
Este escriba foi um dos tais esquecidos. Só participou nessa
administração, de um livro de ouro encabeçado por Marcelo Mazé e Sidnei
Martins, que o realizaram sem o conhecimento do então presidente. Mas que
depois, foi solicitado um pequeno adiantamento.
Fez acordos com emissoras da capital e esqueceu-se das
existentes no município, onde vez por outra dava uma entrevista-desabafo,
sempre a reclamar que não estava sendo ajudado.
Reclamou aos quatro ventos que o comércio, as indústrias, o
padre, o pastor, o cara do carrinho de mão, ninguém contribuía para amenizar as
despesas do clube. Aliás, reclamou até da Prefeitura, esquecendo que o gestor
municipal contribuía pessoalmente, como ele mesmo declarou por várias vezes.
Esqueceu até que foi ele quem foi ao patrono Valdemir
Oliveira com a promessa de que devolveria o clube campeão, na primeira divisão
e principalmente, sem dívidas. Como esqueceu também de que “só pega na rudia
quem pode com o pote”.
Agora, depois de perder o título apesar de classificado para
a primeira divisão, temendo o crescimento das dívidas com jogadores,
funcionários, fornecedores e contribuições sociais, não fechou as contas com o
patrono, e se diz traído.
Por quem? Não eram todos seus parceiros aqueles que ligavam
para o Bola Na Rede da rádio Abais, para rebater todo e qualquer questionamento
da torcida? Então, quem o traiu? Tem nomes? Inimigos não traem.
Será que foram aqueles para os quais foram pagos almoços? Será
que foram aqueles com os quais foram divididos refrigerantes e canapés? Será que
foram aqueles que foram à Federação Sergipana de Futebol pegar adiantamentos de
renda? Será que foram aqueles que dividiam rodas de tira-gostos? Será? Um amigo
sempre me alertou de que só quem trai é amigo. Então?
Existe outra versão para ser contada. Existe outra forma para
se ver e entender o que aconteceu, para o time não conseguir vencer um grupo
que teve que sair esmolando no comércio de Propriá, para ter o que comer antes
das duas partidas finais. O dono do time deu cinco mil e disse: se vire. O time
se virou e foi campeão sobre o até então invicto, na casa do adversário.
Realmente é um ex-atleta muito importante para o futebol da
Estância, de Sergipe. Realmente é uma atração para a mídia. Mas, devagar. Não precisar
do Estanciano, das emissoras de tv, das emissoras locais ou de fora, dos
torcedores e dos que foram excluídos pelo grupo, é mais uma força de expressão
que uma verdade. É só dar uma olhada pelo retrovisor para ver quantos espaços
poderiam ter sido preenchidos e não o foram, muito mais pela arrogância que
pela humildade em saber que, sozinho ninguém chega ao topo.