Foi bom o começo da jornada do
Confiança neste campeonato brasileiro da série D. Recebeu o Porto de Caruaru,
fez uma boa partida e saiu do presidente Médici com um empate, apesar de ter
jogado bem mais que seu adversário.
Os números da partida e o resumo
dos lances mais importantes mostram que foi o goleiro Hudson, do Porto, quem
fez a diferença dentro de campo com defesas portentosas e inclusive, usando e
abusando da famosa “cera” – também muito utilizada por outros atletas do time
treinado por Elenilson Santos.
Além das grandes defesas do
goleiro portense, foram os atacantes Leandro Kivel, Bibí, Jean, Everton, Tiago
e até o cabeça de área Jailton que perderam as melhores oportunidades de
transformar o empate em uma vitória convincente.
Quem assistiu ou ouviu a narração
da partida, a de lembrar muito pouco das defesas do goleiro Everson do Dragão
do Bairro Industrial. Mas com certeza que não se esquece das de Hudson, nem dos
gols perdidos por Leandro e principalmente, por Jean, que perdeu embaixo das
traves.
Foi a primeira partida. Numa tarde
chuvosa com um gramado pesado, que para um time mais experiente que joga mais
na bola que rola que na força física, faz uma grande diferença. E principalmente,
se o time contrário for composto de garotos querendo mostrar serviço, ganhar um
lugar ao sol no mundo seletivo e cruel do futebol, e de quebra, forem bem
orientados por alguém que conheça muito bem o futebol sergipano.
O que se viu foi um jovem, veloz
e brigador time do Porto bem comandado pelo já experiente e competente Mago da
Bola, disputando cada palmo de grama como se fosse um prato de feijão com arroz
e carne frita e com uma fome de doer; enquanto o time proletário mais
acostumado a um suculento filé com fritas, disputava o mesmo pedaço de campo, sem
o mesmo ímpeto, sem a mesma fome, mas com o controle territorial da partida.
O técnico Betinho fez algumas
substituições interessantes e seu time subiu de produção. Porém ainda falta
muito ritmo para jogadores que como o Leandro Kivel, por exemplo, devem subir e
muito de produção no decorrer do campeonato.
O Confiança deve técnica e
taticamente melhorar bastante na próxima partida quando enfrenta o Vitória da
Conquista. Quanto ao jogo ser ou não fora de casa, não é fator tão
preponderante para uma equipe vitoriosa e experiente como é essa campeã
estadual de há poucos meses.
Mais um pouco de trabalho, com a
melhoria do ritmo e com a musculatura começando a responder mais rapidamente ao
que a mente cria, esse time tem condições de alcançar o objetivo maior traçado
pela diretoria e toda a torcida sergipana que é de obter uma vaga para a série
C desse mesmo campeonato brasileiro.
Começa a ficar claro que Jailton
deve se firmar na proteção da defesa e na saída de bola com mais qualidade; que
Tiago deve receber mais oportunidades para ganhar maior entrosamento com o
grupo, melhorando a distribuição da bola, e que o Jean mostra que veio para
brigar seriamente por uma vaga no ataque. Uma boa dor de cabeça para o técnico
Betinho.