terça-feira, 8 de julho de 2014

O erro foi dele



Foi dele.....
Fosse no UFC e o juiz teria dado por encerrado o confronto aos 28 minutos do primeiro tempo. Entre os 10 e os 28 minutos de jogo, a seleção da Alemanha fez 5 a 0 na seleção do Brasil. Nocaute técnico definitivo.


Mas não foi UFC, foi semifinal da Copa das Copas, a melhor copa que se assistiu até hoje. Onde tudo é exagerado: público, emoção, prorrogações, média de gols, goleadas, campeãs retornando mais cedo, e finalmente, a anfitriã sendo impiedosamente goleada por 7 a 1, com todo o respeito.

Foi sim. O time alemão respeitou e muito o time brasileiro e sua torcida. Em momento algum se viu os jogadores rubro-negros ensaiarem qualquer firula ou mesmo o humilhante olé. Se estava 5 a 0, eles continuaram jogando tão sério que o ótimo goleiro Neuer deu uma senhora bronca no seu grande capitão Hummels, quando esse vacilou e o Brasil ameaçou a sua meta.

Mas, o que ocorreu para o Brasil sofrer a mais vergonhosa derrota em copas do mundo e dentro de casa, em pleno Mineirão?

Os erros de sempre do seu comandante. O que, aliás, admitiu em entrevista logo após o jogo.
E as faltas de Tiago Silva e Neymar não contribuíram para o fraco desempenho da equipe verde-amarela?

Em parte. É claro que ambos fizeram falta. São dois jogadores diferenciados, acima da média e fariam falta a qualquer elenco em que estivessem participando.

Porém, foi na já conhecida forma de mexer no time do Luiz Felipe que a equipe mais sofreu.

Seria injusto imputar a total desarrumação do time em campo aos substitutos. Primeiro porque mesmo eles não jogando bem, o que poderia ocorrer era comprometer o setor de atuação, e não todo o grupo.

O que ocorreu foi que o Dante foi colocado no lugar do Tiago Silva e foi jogar pelo lado esquerdo, que é o lado em que David Luiz melhor atua. A todo o momento víamos os dois praticamente na mesma bola. O que quer dizer que havia buraco no outro setor do campo.

O Luiz Gustavo retornou à equipe e obviamente que foi jogar na posição que vinha atuando desde o inicio da copa. Só que Fernandinho jogou e bem na partida anterior na mesma posição e ambos também, assim como David e Dante, corriam pelo mesmo setor, o lado esquerdo do meio.

E outra vez, a inversão de posição de Hulk dessa vez com Bernard, jogando pelo lado esquerdo, quando está acostumado a jogar pelo direito, dificultou o ataque brasileiro.

O incrível é que somente no segundo tempo, após o intervalo, é que Luiz Felipe, que estava à beira do gramado fez o ajuste no time. Só que como sempre, ele trocou jogadores, deixando transparecer que foram eles, os atletas, que estavam errados.

Ora, bastava que ali na beirada, ele orientasse seus pupilos, mandando que Hulk fosse para o lado direito e Bernard para o esquerdo – que jogou muito mais no segundo tempo.

Bastava que deixasse o David Luiz pelo lado esquerdo da zaga e que o Dante passasse para o lado direito, como jogou no segundo tempo e a produção de ambos melhorou bastante.

Era só puxar Fernandinho para perto dele, lado direito defensivo do meio campo, e liberar o Luiz Gustavo na dele, pelo lado esquerdo.

Mas o que Luiz Felipe fez foi trocar Fernandinho por Paulinho, que passou a jogar pela direita. E Huilk por Ramirez, que também passou a ocupar o lado direito junto com Maicon e liberou Bernard para o lado esquerdo.

Com essas mexidas, que não precisava ser através da troca de jogadores, o time se encontrou melhor em campo e segurou mais o ímpeto alemão que devido os 5 a 0, jogava calma e tranquilamente.

A Alemanha fez mais 2 gols. Mas o Brasil além de fazer com que o Neuer trabalhasse e demonstrasse o porquê é considerado o melhor goleiro e quem sabe o melhor jogador da copa, fazendo belas e difíceis defesas, ainda teve a ousadia de fazer o chamado gol de honra, através de uma bela jogada de Oscar.

Como para mostrar que ver e ouve o que se fala sobre a seleção, quase no finzinho do segundo tempo, Luiz Felipe finalmente tirou o Fred do time e colocou o Willian, pedido por quase unanimidade da imprensa e da torcida. O que foi uma senhora maldade com o centroavante brasileiro que foi sonoramente vaiado na saída.

Dizer que o time é ruim, é dizer que o mundo vê o que nós não vemos quando paga muito caro para ter a grande maioria desses atletas em seus elencos milionários.

Dizer que todos chegarão à próxima copa na Rússia, também seria uma enorme bobagem porque no nosso futebol surgem talentos “quase todo dia”.

O que se deveria fazer é o que fez essa seleção alemã que a 6 anos vem trabalhando esse grupo, apenas incorporando novos talentos, à base formada.

Porém, está mais que na hora de se contratar um treinador com a cabeça mais arejada, que veja o futebol como um todo e com uma visão mais de futuro do nosso futebol e não de alguns jogadores ou dirigentes, como foi feito para essa que se despede no próximo sábado.

Não podemos ficar montando um time a cada amistoso fajuto que a CBF inventa para arrecadar fundo ou para atender pedidos de patrocinadores. Temos que entender que se quisermos um futebol respeitado e com grande retorno financeiro, temos que manter uma seleção vencedora, que esteja sempre entre os que decidem todos os torneios que participe.



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