Foi dele..... |
Fosse no UFC e o juiz teria dado
por encerrado o confronto aos 28 minutos do primeiro tempo. Entre os 10 e os 28
minutos de jogo, a seleção da Alemanha fez 5 a 0 na seleção do Brasil. Nocaute técnico
definitivo.
Mas não foi UFC, foi semifinal da
Copa das Copas, a melhor copa que se assistiu até hoje. Onde tudo é exagerado:
público, emoção, prorrogações, média de gols, goleadas, campeãs retornando mais
cedo, e finalmente, a anfitriã sendo impiedosamente goleada por 7 a 1, com todo
o respeito.
Foi sim. O time alemão respeitou
e muito o time brasileiro e sua torcida. Em momento algum se viu os jogadores
rubro-negros ensaiarem qualquer firula ou mesmo o humilhante olé. Se estava 5 a
0, eles continuaram jogando tão sério que o ótimo goleiro Neuer deu uma senhora
bronca no seu grande capitão Hummels, quando esse vacilou e o Brasil ameaçou a
sua meta.
Mas, o que ocorreu para o Brasil
sofrer a mais vergonhosa derrota em copas do mundo e dentro de casa, em pleno
Mineirão?
Os erros de sempre do seu
comandante. O que, aliás, admitiu em entrevista logo após o jogo.
E as faltas de Tiago Silva e
Neymar não contribuíram para o fraco desempenho da equipe verde-amarela?
Em parte. É claro que ambos
fizeram falta. São dois jogadores diferenciados, acima da média e fariam falta
a qualquer elenco em que estivessem participando.
Porém, foi na já conhecida forma
de mexer no time do Luiz Felipe que a equipe mais sofreu.
Seria injusto imputar a total
desarrumação do time em campo aos substitutos. Primeiro porque mesmo eles não
jogando bem, o que poderia ocorrer era comprometer o setor de atuação, e não todo
o grupo.
O que ocorreu foi que o Dante foi
colocado no lugar do Tiago Silva e foi jogar pelo lado esquerdo, que é o lado
em que David Luiz melhor atua. A todo o momento víamos os dois praticamente na
mesma bola. O que quer dizer que havia buraco no outro setor do campo.
O Luiz Gustavo retornou à equipe
e obviamente que foi jogar na posição que vinha atuando desde o inicio da copa.
Só que Fernandinho jogou e bem na partida anterior na mesma posição e ambos
também, assim como David e Dante, corriam pelo mesmo setor, o lado esquerdo do
meio.
E outra vez, a inversão de
posição de Hulk dessa vez com Bernard, jogando pelo lado esquerdo, quando está
acostumado a jogar pelo direito, dificultou o ataque brasileiro.
O incrível é que somente no
segundo tempo, após o intervalo, é que Luiz Felipe, que estava à beira do
gramado fez o ajuste no time. Só que como sempre, ele trocou jogadores,
deixando transparecer que foram eles, os atletas, que estavam errados.
Ora, bastava que ali na beirada,
ele orientasse seus pupilos, mandando que Hulk fosse para o lado direito e
Bernard para o esquerdo – que jogou muito mais no segundo tempo.
Bastava que deixasse o David Luiz
pelo lado esquerdo da zaga e que o Dante passasse para o lado direito, como
jogou no segundo tempo e a produção de ambos melhorou bastante.
Era só puxar Fernandinho para
perto dele, lado direito defensivo do meio campo, e liberar o Luiz Gustavo na
dele, pelo lado esquerdo.
Mas o que Luiz Felipe fez foi
trocar Fernandinho por Paulinho, que passou a jogar pela direita. E Huilk por
Ramirez, que também passou a ocupar o lado direito junto com Maicon e liberou
Bernard para o lado esquerdo.
Com essas mexidas, que não
precisava ser através da troca de jogadores, o time se encontrou melhor em
campo e segurou mais o ímpeto alemão que devido os 5 a 0, jogava calma e
tranquilamente.
A Alemanha fez mais 2 gols. Mas o
Brasil além de fazer com que o Neuer trabalhasse e demonstrasse o porquê é
considerado o melhor goleiro e quem sabe o melhor jogador da copa, fazendo
belas e difíceis defesas, ainda teve a ousadia de fazer o chamado gol de honra,
através de uma bela jogada de Oscar.
Como para mostrar que ver e ouve
o que se fala sobre a seleção, quase no finzinho do segundo tempo, Luiz Felipe
finalmente tirou o Fred do time e colocou o Willian, pedido por quase
unanimidade da imprensa e da torcida. O que foi uma senhora maldade com o
centroavante brasileiro que foi sonoramente vaiado na saída.
Dizer que o time é ruim, é dizer
que o mundo vê o que nós não vemos quando paga muito caro para ter a grande
maioria desses atletas em seus elencos milionários.
Dizer que todos chegarão à
próxima copa na Rússia, também seria uma enorme bobagem porque no nosso futebol
surgem talentos “quase todo dia”.
O que se deveria fazer é o que
fez essa seleção alemã que a 6 anos vem trabalhando esse grupo, apenas incorporando
novos talentos, à base formada.
Porém, está mais que na hora de
se contratar um treinador com a cabeça mais arejada, que veja o futebol como um
todo e com uma visão mais de futuro do nosso futebol e não de alguns jogadores
ou dirigentes, como foi feito para essa que se despede no próximo sábado.
Não podemos ficar montando um
time a cada amistoso fajuto que a CBF inventa para arrecadar fundo ou para atender
pedidos de patrocinadores. Temos que entender que se quisermos um futebol
respeitado e com grande retorno financeiro, temos que manter uma seleção
vencedora, que esteja sempre entre os que decidem todos os torneios que
participe.
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