Uma verdadeira bola murcha |
Povo meu, vamos falar então da
Copa do Nordeste, onde nosso dois representantes continuam a dever, não tanto
pela falta de empenho de jogadores e comissões técnicas, mas, e principalmente,
pelo baixo nível da capacidade resolutiva dos atletas contratados. Culpa desses
atletas? Não! Das condições de contratação em nosso torrão sergipano.
Vejamos o que aconteceu ontem à
tarde no Fernando França em Carmopolis: o Confiança jogou mal? Não! É o que
todos os presentes disseram após o jogo. Conseguiu um gol de pênalti e manteve
a vitoria até os 46 do segundo tempo, quando levou o gol de empate e por pouco
não leva o da virada americana.
Você poderá dizer que foi puro
azar. Então o América está com uma sorte tremenda: quatro partida, três
vitórias e um empate. É sorte ou competência? Eu prefiro a segunda. Como dizia
o querido Jota Santos : - pegue a cestinha e vá prá feira com sorte e sem
dinheiro, prá vê se trás alguma coisa.
A prova disso está na avaliação
que o Globo.com fez do trabalho de Givanildo Sales na partida de ontem, quando escreve
que “a equipe foi bem... porém, não conseguiu manter o mesmo padrão nas
substituições. As três alterações não surtiram efeito”.
E prá queimar a língua do
operário aqui que insinuou que colocaria o Marcelinho no lugar do Geraldo, o
segundo fez uma bela partida e o primeiro entrou e foi um zero à esquerda,
horrível.
Mas, o time vem numa crescente?
Vem. O problema é que quando ele chegar ao ponto ideal, a fase de classificação
para a segunda já terá terminado e ele, na lanterna.
Domingo vai a Salvador, enfrentar
o Vitória no estádio Pituaçu. Poderá trazer um bom resultado? Claro. Porém é
bom não esquecer que o rubro-negro baiano
continuará jogando por uma vitória, para não ficar na dependência de, de
repente, o Sergipe vencer o América – que já está classificado e que poderá
poupar alguns jogadores, voltar a embolar tudo de novo, e precise de pontos no
ultimo jogo contra o América, em Natal, na ultima rodada, sabendo que o Sergipe
jogará em casa contra um time do mesmo Estado.
Para nós, Sergipe e Confiança
sempre será um clássico onde nada se pode prever. Mas para quem está lá fora, é
fácil acreditar que se for preciso, pode acontecer um jogo “de compadres” para
favorecer o nosso futebol.
E o Sergipe? Foi a Pituaçu e
terminou goleado pelo Vitória numa noite em que Fernando Belém mais uma vez
complicou o time rubro: fez dois pênaltis e ainda saiu lesionado de campo,
deixando a equipe com apenas dez.
Num a noite em quase todos
tiveram atuações questionáveis, apenas João Paulo continua como destaque da
equipe. Alguém pode dizer que o Vitoria foi mais time e que construiu uma
goleada. Mas, num jogo onde um time sofre 3 gols de pênalti e um de falta, onde
o goleiro se colocou errado para a defesa, o que mais chama a atenção se não
for a baixa qualidade técnica desse elenco para disputar uma competição do
porte da Copa do Nordeste? Bem, pode-se falar também da parte física....
Adianta aqui criticar os
contratados? Não. Temos que olhar além, para conseguir vislumbrar que nosso
futebol carece urgentemente de ser repaginado, de que nossos dirigentes sejam
repaginados, que nossa crônica esportiva seja repaginada.
Enquanto continuarmos a apenas no
bate e rebate das criticas, onde cada grupo tentar provar que está certo e que
o outro está errado continuaremos todos nessa barca que dá água a qualquer
marola, por mais suave que seja.
Enquanto continuarmos fazendo
esse futebol marrom, maquiado de profissional, onde diretores de futebol não
são remunerados e por isso fazem um favor aos clubes; onde a crônica esportiva
trabalha fazendo milagres para se manter no ar, no jornal, nos sites e,
enquanto só podermos contratar jogadores com baixos salários e de baixa
qualidade técnica, apenas participaremos dos eventos promovidos pela CBF que
nos manterá a pão e água, já que com times pífios em nada acrescentamos às suas
competições.