O Sergipe bem que tentou, mas a defesa do Tiradentes provou
porque ficou tantos jogos sem levar gols.
Numa partida em que jogou com o
regulamento embaixo do braço, o time cearense segurou o 0 a 0 e conseguiu a
vaga para a terceira fase do campeonato brasileiro série D.
Técnico Givanildo Sales armou o time com 2 zagueiros, 2 cabeças
de área marcadores, 2 meias de ligação e 2 atacantes. Mostrou que como falo
sempre aqui, não sabe jogar na defesa. Seu time sempre ataca, mesmo tomando
gols que deixam os mais céticos preocupados, mas mantém seu time pressionando o
adversário e vez por outra recua um pouco para usar um perigoso contra ataque.
Ficar reclamando que o time não teve qualidade para chegar
mais longe é querer esconder a grande dificuldade por que passa o futebol
sergipano e principalmente esquecer as agruras financeiras pelas quais ainda
vem passando o colorado do Siqueira Campos.
Sem recursos financeiros adequados, não se pode contratar
jogadores com maior qualidade técnica. Portanto, resta-nos cobrar e torcer que
nossos dirigentes se reciclem e comecem a trabalhar com a cabeça voltada para o
verdadeiro futebol profissional. Se falo dirigentes é porque me refiro não só a
presidentes e diretores de clubes, mas principalmente aos dirigentes da
Federação Sergipana de Futebol, mentora maior do nosso futebol.
Seria de muito bom tom aproveitarmos esse momento em que o
Sergipe deixa fugir uma classificação a 3 jogos, para realizarmos uma grande
reflexão sobre o que fazermos para tirar nosso futebol dessa difícil situação: de
pouca ou nenhuma qualidade técnica; pouco ou nenhum peso no cenário nacional;
de pouca ou nenhuma estrutura que possa nos fazer avançar nos campeonatos que
disputamos.
Temos que repensar nossa segunda divisão. Temos que repensar
nossos estádios. Temos que repensar nossos clubes. Para melhorar a segundona,
sugiro a terceirona. Quanto aos nossos estádios, precisamos de uma melhor política
de manutenção, não os deixando entregues aos sabores do humor do administrador
de plantão. Sobre os clubes, nada se pode fazer para quem não acompanha nem
copia os melhores exemplos. Não cabe mais o eterno figurino de clubes que
precisam de um dono: uma prefeitura, um empresário, um grupo financeiro, um
louco rico.
E nesse repensar, devemos também humildemente repensar a
nossa chamada crônica esportiva. Precisamos de mais, muito mais
profissionalismo. Emissoras que não montam suas equipes e dependem das ajudas
de abnegados e parceiros, também não tem cacife para emitir opinião isenta, se
vive sob o risco de perder esse troco que ajuda no “leite das crianças”. A todo
jogo, são buscadas “condições” para realizar uma simples transmissão, onde
ainda saímos em busca de uma linha nas casas vizinhas aos estádios. A alimentação
então, é terrível.
Reflexão, essa é a hora. Esse é o momento. Essa é a grande
oportunidade.