Um marca, o outro espera a sobra
Grande jogo entre Brasil x México
no Cowboys Stadium, em Dallas, nos Estados Unidos, na tarde desse domingo, 03.
O Brasil jogou bem. O México é
que jogou bem melhor.
O Brasil abusou do individualismo.
O México abusou do coletivo, e venceu.
Que a lição sirva para aqueles
que acreditam que apenas o talento individual num esporte coletivo, é o
bastante para se chegar à vitória.
Não é. Uma coisa é esse talento
se destacar do grupo, no coletivo. Outra coisa é esse talento ser responsável
pelo resultado do coletivo.
Crescemos muito no futebol. Mas continuamos
aqueles garotos peladeiros que decidem a pelada com suas jogadas geniais.
Numa pelada “todo mundo joga”. Cada
um faGaúchoz sua parte e o resultado vai dar em “briga-entre-amigos”, se perder; ou
comemoração, se vencer.
Num esporte de alto nível como é
o jogo entre seleções ou times profissionais, o resultado tem que ser
alcançado, e calcado no coletivo.
As vitórias são comemoradas pela
torcida, mas significam maiores contratos, maiores premiações, maiores patrocínios.
Por isso a seleção brasileira não
pode ficar na dependência apenas de alguns jogadores; dando a eles o poder de decidir
o resultado.
A vitória não deve ficar ao sabor
do “querer” de poucos, mas de uma obrigação de todos.
A estória dos “três resultados no
futebol: ganhar, empatar ou perder”, é válida apenas para acalmar torcedor, é uma
esfarrapada desculpa de quem perdeu.
Na vida real pode-se até cogitar
outro resultado, dependendo do objetivo final a que se quer chegar – como eliminar
a Argentina, por exemplo.
Mas a única e real meta a ser
atingida em toda e qualquer partida é a vitória. Não há outra.
E no “futebol associado” ou coletivo,
como queira, o talento acresce, mas não vence só. Exceto no imaginário de
alguns fanáticos que, por exemplo, viram o Romário ganhar a Copa nos Estados
Unidos.
Esquecendo de um Taffarel-pega-penaltis e tantos outros.
A jovem seleção que vai para as Olimpíadas,
deve calçar as “sandálias da humildade individual” e continuar jogando no belo futebol
coletivo, como o fez nos dois jogos anteriores.
Não porque venceu as duas
partidas. Mas principalmente, pela forma coletiva e inteligente de jogar.
Vitória é obrigação. Porém não se pode esquecer que o adversário está vivo e
também sabe jogar futebol.
Que Neymar, Marcelo, Hulk, voltem
a jogar com o grupo. Sem tentar resolver “o problema da seleção”.
Que o técnico Mano Menezes olhe
melhor e encontre formas mais coletivas de trabalho para seu grupo.
Que dê oportunidade para o Lucas
fazer o que de melhor realiza no São Paulo, com suas arrancadas fulminantes e
sua dedicação ao coletivo.
Que observe que o Hulk ocupa
espaço demais no lado direito, fazendo com que o bom “ala” Danilo não passe de
um mediano lateral.
E principalmente, que todos
lembrem que essa é a seleção para as Olimpíadas, que tem um limite de idade e
que por isso, outros e melhores jogadores não estão fazendo parte do grupo.
Ah! Que esse time olímpico está
jogando amistosos contra seleções que estão disputando eliminatórias e torneios
oficiais da Fifa.
Parabéns, irmão! Ficou ótimo! Arivaldo Dias
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