Você está convocado |
O título é para chamar a sua
atenção sobre como o técnico Dunga da Seleção Brasileira de Futebol, entende uma
apresentação da lista de jogadores que passam a formar o grupo: uma convocação.
Você pode perguntar qual a
diferença das demais relações apresentadas por todos os demais técnicos que já
passaram pela seleção. A resposta é que para Dunga, estar na relação é um
privilégio de servir ao seu país, de mostrar amor pela sua pátria, de se sentir
honrado por representar a terra em que nasceu, de derramar sangue, suor e lágrimas
em nome do povo brasileiro.
Talvez até você ache tudo isso meio
estranho, num momento em que quando se fala em fazer algo para um povo
normalmente está relacionado a dominá-lo, mesmo através de sutis, mas
consciente e consistente ditadura branda, se é que isso existe...branda(?!)
Mas voltando ao Dunga. Em parte
concordo com essa forma de ver um chamado para jogar pela Seleção Brasileira de
Futebol. Acredito que não deva ser levado como apenas mais uma partida a ser
disputada. Mas a grande oportunidade de usar de sua profissão, de sua
habilidade, para levar um pouco de alegria e satisfação àqueles que chamamos de
povo, e onde cada um que forma esse povo gostaria de estar: naquele estádio, sob
o sol, sob os aplausos (ou até mesmo sob as vaias), vestido na camisa amarela,
dando tudo de si para vencer; no seu
lugar, no lugar do convocado.
É algo mais respeitoso. E a massa
torcedora merece todo o respeito por cada um que a representa.
É uma forma de ver o jogador
repito, como um privilegiado que está ali não para ser a estrela, mas para
brilhar na constelação de estrelas dos brasileiros, do time do Brasil. É a
valorização do grupo, do coletivo, que vai terminar na louvação do craque. Porém,
o craque naquele time de craques. É sair do estrelismo peladeiro de que um só
resolve, de que o time é fulano ou sicrano.
Exemplo que vale lembrar: em
1970, tivemos uma seleção com jogadores de nomes consagrados no futebol
mundial. Atletas como Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson, Paulo Cesar Caju, e
tantos outros. Mas ainda hoje, não se ouve falar da seleção de nenhum deles. Fala-se
da seleção tricampeã no México.
Bem diferente da seleção do Romário, do Bebeto,
do Neymar. Até parece que eles jogaram ou joga sozinho, sem apoio ou ajuda de
mais dez, mais onze, mais doze, mais tantos que formam um elenco.
Por isso que concordo com o
Dunga. O atleta que joga futebol é convocado para defender o seu país, como
todos os das demais modalidades esportivas. Independente de estar sendo
remunerado para isso. Afinal, ele vive do esporte que pratica.
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