domingo, 29 de maio de 2011

Convite à Reflexão


Hoje quero convidar você para fazer uma reflexão sobre o futebol sergipano. É, às vezes a gente vai fazendo uma análise aqui, outra ali, mas não pára para uma mesmo pequena, reflexão. Campeonato começa, campeonato termina e tudo se repete, ano após ano.

Na tarde do último sábado, 28, Sergipe e São Domingos decidiram a Taça Estado de Sergipe, 2ª fase do campeonato de 2011. O final do jogo, mostrou que o time melhor armado do campeonato, vai participar pela terceira vez consecutiva da Copa do Brasil. Ao vencer por 3 a 1, o São Domingos do técnico Luiz Pondé tornou-se campeão da Taça Estado de Sergipe e garantiu o vice-campeonato de 2011. Vai disputar duas partidas com o River Plate, campeão da Taça Cidade de Aracaju, 1ª fase do campeonato, e que também já tem garantida sua participação na Copa do Brasil do próximo ano e do vice-campeonato.

Se nada mudar, a partir da próxima quarta, dia 01 de junho, num jogo em Carmópolis e outro em Itabaiana, São Domingos e River Plate decidem quem leva o troféu de Campeão Sergipano 2011 para sua sala de troféus.

Não se pode tirar os méritos das duas equipes finalistas do campeonato. Porém quero que você me acompanhe numa rápida reflexão.

Pense comigo: decisão do campeonato sergipano de futebol, duas partidas decisivas, e o estádio Lourival Batista – o Batistão, a maior praça esportiva do Estado de Sergipe, fechada. Nenhum dos dois jogos serão realizados em Aracaju, a capital do Estado. Bem, você pode responder, se os times da capital não foram bem, a decisão deve ir para quem mostrou serviço, para quem teve melhor campanha.

Em principio, concordo com você. Mas, você está pensando em público e renda? Está pensando em patrocínios? Está pensando em torcida, cantada em verso e prosa como o motivo maior para a realização do campeonato? Está pensando nos profissionais de rádio, TV, jornais, blogs, e tantos outros que direta ou indiretamente dependem desse espetáculo chamado futebol para sobreviver? Lembra de Nena e tantos que completam suas rendas com as vendas dos lanches no Batistão? Lembra de todos que sobrevivem do futebol? Pense bem.

Então? Como fica um grande negócio como o futebol, tendo suas partidas decisivas em acanhados estádios, que servem apenas como diferencial a favor da equipe da casa, na tentativa de superar seu adversário? O que vale mesmo é ser campeão ou fortalecer o negócio futebol? Já observou que nos grandes centros, onde o futebol é levado a sério, como um bom negócio, o campeonato sempre termina com as finais nos grandes estádios e nas maiores cidades? Que os quesitos público e renda são colocados como grandes objetivos a serem atingidos? Que só se pensa no título, quando ele vem acompanhado de grandes rendas? Que tudo é direcionado para atingir uma enorme massa torcedora? Todos. Desde os clubes, passando pela Federação, pelos meios de comunicação, pelos vendedores de picolé, pelos flanelinhas, pelas autoridades estaduais e municipais, todos trabalham com o propósito maior de levar o máximo possível de torcedores aos estádios onde serão jogadas as partidas finais do campeonato.

Claro que o torcedor de São Domingos, Itabaianinha, Carmópolis, Porto da Folha, querem jogos decisivos nos seus estádios. Para isso, teriam de possuir estádios que comportassem, como diz o regulamento deste ano, no mínimo 5.000 pessoas, sentadas. Porém, mesmo assim, as finais teriam de ocorrem no maior estádio, na maior cidade, onde um grande trabalho de marketing atrairia uma grande quantidade de torcedores, transformando esses jogos num verdadeiro espetáculo do futebol.

É necessário que se pense no conjunto. Neste momento, pensasse apenas no individual. Fiz melhor campanha, devo ser aclamado campeão do Estado. Com essa linha de raciocínio, esquecesse que São Domingos ou River Plate pode por a mão na taça e fazer feliz sua pequena torcida. Enquanto isso, a grande massa torcedora da capital, da grande Aracaju, faz valer a assinatura da TV, para acompanhar o rico campeonato brasileiro, onde não consta a participação de times sergipanos.

Imagine se todos se unissem para colocar um clube sergipano nas séries A e B do campeonato brasileiro. O campeonato seria mais forte, mais disputado, as rendas seriam maiores, o público se faria mais presente, o negócio futebol giraria com maior velocidade, trazendo oportunidade para todos. Mais atletas seriam negociados, o intercambio de técnicos seria maior, as arbitragens seriam mais vistas – forçando a melhoria, a Federação teria uma maior arrecadação e poderia ajudar mais os clubes menores, as praças de menor porte teriam a alegria de ver grandes jogadores nos seus pequenos estádios.

Para que o imaginado acima dê certo, é preciso que todos os esforços sejam voltados para o fortalecimento dos chamados grandes, de maiores torcidas. É preciso que todos tenham em mente que esses grandes têm que se estruturar para que possam como grandes locomotivas que são, arrastar os vagões com os quais formam o grande trem do futebol sergipano. É preciso que cada um tome consciência do seu papel. Time grande tem que se comportar como tal – consciente de que ele é locomotiva e que portanto, tem que puxar os vagões, ajudá-los a crescer.
Os chamados pequenos, têm que tomar consciência de quer têm que ajudar os grandes a serem maiores, para que daí possam receber a ajuda que precisam para crescer também. A chamada mão dupla: te ajudo a crescer, você me ajuda a crescer.

Torna-se necessário o controle do orgulho, da vaidade, da arrogância, do egoísmo, e do levar vantagem sempre, para que se forme um grupo coeso, com um objetivo único de fazer crescer o futebol sergipano. Ou se pensa assim, ou se vai continuar nesse olhar caolho de rei cego.

Pense. Tenha certeza: dói menos que tomar injeção. Mas, faz uma diferença enorme nos resultado alcançados. Se quiser, podemos debater um pouco através do Twitter - @wdiasn ou do blog http://pombodia.blogspot.com/ . Espero sua participação, sua opinião.

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