quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Incoerência e benção

Ás vezes somos levados a agir de formas contrárias às formas que acreditamos serem as ideais. Uma dessas, é a forma como ficamos eufóricos quando um garoto de uma das nossas escolinhas é aprovado por qualquer time fora do Estado. Nesse momento, enchemos o peito para dizer que estamos exportando talentos.

Mas essa mesma exportação, tira dos nossos clubes aqueles que poderiam ser os grandes ídolos das nossas torcidas. Porém, se o clube não vende o garoto, dizemos que além de o garoto estar sendo prejudicado, o clube não consegue recursos para forma uma grande equipe.

Aí vem a incoerência. Como vamos ter grandes ídolos se vendemos os garotos da base? Base essa, que passamos o tempo todo cobrando sua formação. Como o clube vai montar uma grande equipe sem os recursos pela venda? Então, temos que tomar uma e única posição: ou mantemos o garoto da base e formamos grandes times com eles, ou vendemos esse mesmo garoto e montamos equipes com atletas que estejam sobrando no mercado brasileiro, normalmente de qualidade duvidosa.

Não dá é querermos estar sempre com a razão. Razão em pedir que os clubes invistam nas categorias de base para que formem grandes equipes; razão por incentivar esses clubes a vender suas jóias para ajudá-las e até mesmo vê-las em grandes clubes; razão por querer que com o dinheiro arrecadado com a venda de jovem talentos, portanto, baratos, sejam montadas grandes equipes; razão em reclamar que nossos times são fracos; hoje podemos até mesmo afirmar que são de segunda divisão – série A2.

É fácil reclamar que os clubes não dão oportunidade aos jogadores da base. O que se esquece é que os garotos da base que ficam nos clubes, são aqueles que não tiveram mercado para sair, porque não têm a qualidade necessária para continuarem no futebol de alto nível. Talvez esteja ai a falta de qualidade do nosso atual futebol. Os melhores saem. Então, os que ficam e os que vêm de outros mercados são a reborréia, aquilo que sobrou depois das escolhas de quem de direito.

Por isso, repetimos: temos que sair dessa incoerência de solicitar que duas coisas conflitantes sejam realizadas. Ou ficamos com os melhores e buscamos recursos via torcidas e patrocínios, com times fortes e bem estruturados. Ou vendemos os garotos e contratamos aquilo que precisamos para suprir essa qualidade que saiu.


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Hoje D. Auta Oliveira da Silva completa 101 anos. Leu certo: cento e um anos. E o nosso Pai Maior nos deu a graça de ter essa senhora como mãe. Não vou aqui falar das virtudes dessa mulher abençoada. Virtude maior está em completar 101 anos. Só poucos têm essa ventura divina de ser testemunha de vida por mais de um século. Em nome de Sérgio Tupete, Meire Cajé e Edvaldo Simões, todos criados por ela, sob a batuta serena de Nilo Fonseca a Silva, agradecemos a todos que se somam conosco nesta data realmente feliz. “Abença mãe!”

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