terça-feira, 15 de março de 2011

Falta é qualidade e testículo roxo

Aê! A bola da vez é a má campanha que os três motores do futebol sergipano vêm realizando até essa última rodada. Nem Sergipe, nem Confiança, nem Itabaiana tem conseguido empolgar sua torcida, a ponto de as rendas não estarem nem cobrindo as despesas de cada partida. Deixa claro então, que as rendas com sempre, também não cobrem as despesas mensais. Mas vamos tentar entender o porquê dessa dificuldade inicial dos gigantes.

Comecemos pelo Tricolor da Serra. No começo do ano, o Itabaiana havia liberado o elenco e começou o processo de renovação. Contratou um técnico do Pará e trouxe vários jogadores que ainda não tinham atuado no nosso futebol. O que vimos em campo foi um time que sabe o que faz dentro de campo, que domina o adversário, mas não consegue transformar esse domínio em gols. Quem assistiu ao jogo do Tricolor contra o Sergipe no Batistão, viu que se tivesse marcado metade dos gols perdidos, teria saído já no primeiro tempo, com um placar de no mínimo 3 a 0. No finzinho ainda do primeiro, conseguiu marcar através de Capela. No segundo tempo, tomou o gol de empate e continuou com o jogo nas mãos, mas não teve competência para vencer. O resultado já é de domínio público: o técnico Samuel Cândido foi demitido. Para mim, um técnico cujo time domina o adversário, entende do que faz e o faz com competência. O que ele não pode é fazer com que os atletas façam aquilo que não têm capacidade de realizar. Falta mesmo é qualidade técnica aos atacantes do tricolor.

No Sergipe a coisa não fica muito distante. Depois de trazer um caminhão de jogadores e um técnico desconhecido, a nova diretoria viu que o barco estava afundando e trocou de treinador. Narciso chegou precedido da desconfiança de que não havia trabalhado com jogadores profissionais. Mas vem demonstrando que tem conhecimento de causa. Porém, o time que tem nas mãos para trabalhar, peca na falta de qualidade técnica e até mesmo física, como tem sido amplamente demonstrada nos vários jogos, em que jogadores rubros saem de campo aos frangalhos. Não vai adiantar trocar de técnico se continuarem os mesmos jogadores. Tem que contratar mais e melhor.

O caso do Confiança é atípico. Time começou os treinamentos bem antes que seus adversários. Teve tempo bastante para catar seus jogadores, até porque não havia ainda a chamada concorrência. Escolheu, contratou, treinou, mas não vem mostrando em campo o resultado que todos esperavam. O técnico Rocha não conseguiu dar um padrão de jogo ao time. Dentre os jogadores que tem em mãos, só uns poucos parecem entender o que quer. Culpa de quem? De quem contratou ou de quem está no comando da equipe? Observo que Rocha trabalha sério, trabalha duro, que mostra o caminho. Só que o time não empolga, não dá aquela confiança de um time que teoricamente sabe para onde vai, mas que não consegue chegar ao destino.
Com um elenco de 15 profissionais, o Confiança não tem peças de reposição. Todos já sabem as substituições: Sai Cleber, entra Saci. Sai Eduardo, entra Jadilson. Sai Da Silva, entra Ricardo. Sai Ciro, entra Talisson. Valdo é o reserva da defesa. Dá prá ver que não é um time de qualidade técnica.

Veja como as coisas são feitas neste futebol, e que depois ficam todos a reclamar que a Federação nada faz pelos clubes. A Federação convocou os clubes, expôs a formula do campeonato, elaborou a tabela, arrumou a comissão de arbitragem, pediu de pires na mão ao governo, tanto estadual como ao do município de Aracaju, conseguiu o apoio da Policia Militar e tantas mais. Aos clubes restou apenas a formação das equipes e a sua manutenção que seria através das rendas, somadas aos patrocínios. Ocorre que com os times fracos que foram montados, nem torcedor vai aos estádios, nem patrocinador se sente atraído para investir.

Vou repetir uma frase que não me canso de falar: não temos dirigentes à altura de um futebol forte, pujante. Os atuais dirigentes são pífios em termos de promoverem o futebol. Não têm carisma, não têm coragem, não têm um mínimo de orgulho pelo que fazem, se vangloriam da mísera ação de contratar e desligar jogadores e técnicos, são meros sonhadores sem cunhão roxo para fazer o que precisa ser feito. Por isso que José Queiroz da Costa ainda é o maior dirigente que passou neste futebol nos últimos anos. Por isso que Antonio Soares da Mota continua na cabeça da torcida. São homens que diziam e faziam. Que mandavam e tinham coragem de dizer que eram eles quem mandava. Hoje só tem Antonio Pastel, do Estanciano, que disse que se fosse prá jogar em outro município tirava o time do campeonato, e a Federação “aceitou” a Vila Operária; e Joaquim Feitosa do América de Propriá, que no meio do campeonato, mandou o técnico e seu grupo embora, e formou outra equipe com outro técnico. E a toda hora bate de frente com a Mentora do Futebol. Pena que estão em times chamados pequenos e longe da grande mídia da capital.

Resumindo e fugindo do que diz meu amigo Antonio Costa. É preciso contratar com qualidade. Não adianta dizer que no momento está difícil, que não é verdade. Não adianta dizer que há um nivelamento por baixo, também não é verdade. Campeonato carioca, por exemplo, alguns times tem dificuldades para vencer adversários de pequeno porte, é verdade. Mas o Flamengo é o campeão do primeiro turno. E se o Fluminense foi eliminado pelo Boavista, mas a torcida vibrou comos gols de Fred, Deco, Conca, Rafael Moura; e aqui qual o destaque do time? Da Silva? Thiago? Ciro? Tiririca? Tem jogadores nos chamados grandes hoje, que não teriam vaga nos chamados pequenos. Quer ver? Em qual time dos pequenos, Saci jogaria? E Tiririca? E Flávio Goiano? Então, é ou não é falta de qualidade técnica? Té mais vê!

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