Autênticos pernas de pau
Exigente como sempre, o técnico Ailton Rocha se diz
entristecido com a atual qualidade técnica do futebol praticado no campeonato
sergipano. Conhecedor dentro de campo e estudioso fora do gramado, “Seu” Ailton
vê perplexo os atletas que chegam aos times profissionais com vícios impróprios
para a profissão.
Apesar das escolinhas, o garoto “sobe” com deficiências técnicas
que dificultam sua ascensão e terminam se perdendo pelo caminho. Isso se dá
porque essas escolinhas são mais repassadoras que formadoras. Os garotos que se destacam são logo “enviados
para testes” em clubes de fora do Estado e não mais retornam.
Os que não conseguem “sair”, normalmente de baixa qualidade,
são lançados nos times de menor expressão, dificilmente chegando aos chamados “grandes”.
E quando isso acontece, vê-se claramente o que reclama Ailton Rocha: falta uma
melhor estrutura física, possui muitos “defeitos”, e a pouca experiência no
contato com uma grande torcida os inibe.
A ganância encontrada nos “empresários-representantes-agentes”
faz com que os meninos que se destacam não permaneçam o tempo de amadurecimento
devido no time formador. Os clubes não conseguem manter a mesma equipe por dois
campeonatos. Contratos são cada vez mais curtos, e os jogadores não sabem onde
estará jogando nos dois/três meses seguintes.
Com isso, não há entrosamento, não há tranqüilidade para
desenvolver seu trabalho com a qualidade devida. Até o condicionamento fica
sempre a desejar e o atleta está sempre “entrando em forma”.
Perdem os atletas, perdem os torcedores que pagam para
assistir “eternas promessas”, perdem os técnicos que não montam uma equipe
realmente competitiva, perdem os patrocinadores que não obtêm o retorno
pretendido, perde o futebol que não se apresenta com o mesmo esplendor técnico
de outras modalidades esportivas. E o Mestre Ailton tem razão.
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