segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Valor do espetáculo futebol


Espetáculo cada vez mais caro...
Minha gente do futebol, depois de um final de semana em que o Club Sportivo Sergipe apenas empatou com o Boca Junior – que goleara quatro dias antes; em que o River Plate venceu dentro de casa a Socorrense – de quem perdera a quatro dias antes, ambos pela Segundona e Meia.


Depois de um final de semana em que os representantes sergipanos na Copa do Nordeste venceram – O Itabaiana venceu o ABC por 3 a 1, no Médici, e o Confiança venceu o Souza lá na Paraíba, por 1 a 0.

Ouví o programa Bola de Mel, apresentado por Alberto Matos, com a participação de Kleber Sorriso e Emanoel Fonseca, e vários torcedores emitiram opinião sobre a campanha do Dragão do Bairro Industrial. Dentre elas e com a desculpa de facilitar a presença em massa da grande torcida proletária, foi apresentada a idéia de baixar o preço do ingresso.

É corriqueira essa solicitação vinda de alguns setores esportivos, sempre que se deseja um grande público para incentivar seu clube do coração, deve baixar o preço do ingresso.

Ora, é exatamente nesse momento, que o clube deve buscar os maiores retornos dos investimentos financeiros realizados na montagem da equipe e até para reforçá-la. Como também é preciso entender que o espetáculo futebol é bastante caro. É só observar o quanto e o que é preciso para a realização de uma simples partida.

Começa pela construção de estádios. Quanto custa a construção de um mediano estádio? Vai da escolha e localização do terreno e vai até a utilização de alta tecnologia em engenharia e arquitetura, passando principalmente, pela cara e necessária manutenção desses espaços públicos.

Quanto custa para se colocar em campo uma mediana equipe? Começa com a contratação dos jogadores e a partir daí, é criada uma enorme estrutura para que essa equipe esteja apta para entrar no gramado.
Para que seja realizada uma partida qualquer, mobiliza-se desde a Polícia Militar, ao Corpo de Bombeiros, à Secretária de Saúde,  passando por entes do município. Todos envolvidos na área de segurança, mobilidade urbana, saúde pública e até população em si.

Esse aparato estratégico para a realização de uma simples partida de futebol consome um enorme volume de recursos financeiros, que tem que ser ressarcido através da cobrança justa de um ingresso de valor compatível com a qualidade desse espetáculo. E essa qualidade passa obrigatoriamente pelos recursos advindos dos valores arrecadados, através da renda de cada espetáculo.

Não é assim que ocorre em todo e qualquer evento para o público? Todos os eventos não precisam de retorno nos valores investidos para possam ser mantidos e até melhorados?  Veja o Pré-Caju. Veja os vários shows. Veja o circo. Veja o teatro. Veja as corridas de fórmula um. Veja o Carnaval. Veja os grandes campeonatos pelo mundo – Copas, Champions, Libertadores. Em todos eles, quanto maior o interesse do público, mais caro o ingresso.

Por que no nosso futebol é que invertemos essa equação? Por que nesse momento em que o Confiança está bem colocado na Copa do Nordeste, deve baixar e não subir o preço do ingresso? Essa é a hora de se arrecadar mais. Baixando o preço do ingresso, teremos um grande público e um cofre vazio após a partida.

Fica então uma incoerência sem tamanho: queremos grandes equipes, que só se monta com jogadores caros, mas queremos pagar pouco pelo espetáculo proporcionado por esses mesmos jogadores. Como pode? Será que o Santos está cobrando menos para manter Neymar no time? Será que o Barcelona baixa o preço do ingresso para os shows do Messi? Guardadas as devidas proporções, será que o Confiança deve baixar o preço do ingresso precisando manter uma boa equipe na Copa do Nordeste? 


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