segunda-feira, 22 de julho de 2013

Alto preço do ingresso e a evasão dos estádios

Com o ingresso tão caro...




(Escrito dia 19 mas, por problemas técnicos só hoje adicionado.)

Há algum tempo que o assunto preço dos ingressos para o futebol brasileiro vem deixando  certo desconforto nas minhas reflexões sobre o afastamento do torcedor dos estádios. 

Conhecedor de como é formada a renda do brasileiro e como o governo federal faz de conta disso, achei que era hora de conversarmos um pouco sobre o assunto.

Pesquisando na internet, encontrei os seguintes preços:
Campeonato Brasileiro
Série D – CSA 0 x 2 Sergipe – entre R$10,00 e R$ 50,00.
Série C – CRB 0 x 1 Brasiliense – entre R$ 20,00 e R$ 100,00.
Série B – Ceará  4 x 1 ASA – entre R$ 30,00 e R$ 80,00.
Série A – Vasco 0 x 1 Flamengo – entre R$ 180 e R$ 260,00.
Corinthians 0 x 1 Atlético B/MG – entre R$ 30,00 e R$ 180,00.
Fluminense x Vasco, próximo domingo – entre R$ 100,00 e R$ 400,00.
Bahia x Vitória, na Arena Fonte Nova, domingo – a partir de R$ 50,00.

Copa do Brasil – Flamengo 2 x 1 ASA – entre R$ 30,00 e R$ 80,00.

Jogos na Arena Grêmio – entre R$ 40,00 e R$ 160,00.

Última Copa das Confederações
Oficiais: entre R$ 95,00 e R$ 418,00.
Nas mãos de cambistas e/ou internet: entre R$ 1.735,00 e R$ 4.450,00.

“Vazados” do site da Fifa para a Copa do Mundo de 2014, portanto, oficial: entre R$ 120,00 e R$ 2.500,00.

Segundo informações, os preços dos ingressos são calculados com base no salário médio do trabalhador e que, no Brasil, segundo o governo federal, esse salário está em R$ 1.955,00. 

Tomando o valor do salário médio e o valor médio dos ingressos em vários países, uma pesquisa mundial revelou quantos ingressos um trabalhador pode obter no seu país. Veja o resultado:
Torcedor Alemão – 155 ingressos, Francês – 138, Português – 77, Italiano – 72, Espanhol – 66, Mexicano – 74, Argentino – 81, Uruguaio – 153 e BRASIL – 53.

Nós sabemos que o torcedor apaixonado pelo futebol, aquele que não usa camisa oficial porque sua renda só comporta uma “paraguaia”, está enquadrado na famosa “baixa-renda” que o governo insiste em apelidar de classe média- com valor entre R$ 219,00 e R$ 1.019,00, e a divide em “média-baixa” – com valor entre R$ 291,00 e R$ 441,00, “média-média”- com valor entre R$ 441,00 e R$ 641,00, e “média-alta”- com valor entre R$ 641,00 e R$ 1.019,00. Como vê, bem abaixo dos R$ 1.955,00, mas de “53% dos brasileiros”, segundo a revista Exame, em 20.09.12.

Se levar em consideração que desses 53% que formam a classe média, o menor percentual está na “classe-média-alta”, com aproximadamente 8 a 10%, fica claro que o grande contingente apaixonado por futebol está na classe média-média e baixa. Ou seja, 43% dos brasileiros. 

Dados do IBGE de 2011 informam que a população brasileira é estimada em 196,7 milhões. 43% dão estimados 83,6 milhões de pessoas. São esses de menor renda que nutrem o verdadeiro amor pelo futebol, e que somam quase 84 milhões. Se com esses números expressivos, os estádios estão mais vazios que lotados, deve-se em parte ao preço dos ingressos que são calculados, quando o são, com base num fictício salário-médio – “prá inglês ver”,  absurdamente superior ao recebido pelo “baixa-renda-amante-do-futebol”.

É o que tenho prá apresentar a você que, assim como eu, tenta entender talvez, um dos porquês de tamanha evasão nos estádios de futebol. 

Os dados pesquisados na internet foram encontrados nos sites:  terra.com.br, primeiraedição.com.br, futebolinterior.com.br, IBGE.gov.br e exame.abril.com.br.


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