domingo, 2 de agosto de 2015

A bola ensina


Minha gente, o campeonato brasileiro reservou para os clubes sergipanos uma rodada de gosto bastante amargo nesse domingo.

Enquanto o Estanciano saiu na frente e tomou uma virada acachapante, o Confiança conseguiu segurar o adversário até os 40 minutos do segundo tempo.

Ambos os times vem sofrendo com a pouca ou nenhuma experiência na disputa de certames mais fortes, mais disputados, onde se precisa além de força e técnica, uma boa dose de conhecimento do que se faz, coisa que só vem com o famoso “tempo de estrada”. Tempo esse que não é apenas para os jogadores dentro de campo, mas desde a diretoria ao roupeiro, desde o garoto da base do clube ao medalhão contratado.

Mais cedo, às 16:00 horas, o Estanciano pisou no gramado e logo aos 3 minutos abriu o placar. Tomou conta do jogo e mesmo perdendo várias oportunidades de marcar, ampliou para 2 a 0 aos 36/1t. Foi para o intervalo tranquilo e consciente de que havia feito um bom primeiro tempo e que no retorno bastava saber administrar o jogo que a vitória viria na bagagem, comemorando com a torcida que acompanhou o time até Caruaru.

Na Estância era uma festa só. Já começavam os preparativos para receber os valorosos heróis canarinhos. Mais uma vitória na casa do adversário. Muito mais que o dever de casa estava sendo feito.

Segundo tempo de jogo. O Estanciano do primeiro tempo ficou no vestiário e foi o Central quem resolveu vir pro jogo. Aos 22/2t, Altemar, aquele mesmo que o Confiança liberou e que agora anda improvisando um meia na posição, diminuiu. Canário procurou se segurar na defesa. Só aos 44/2t que o Central empatou. Foi ai que a falta de experiência, de saber jogar partidas difíceis, perigosas, onde se tem de ter “aquilo roxo” mostrou sua importância. O desespero tomou conta. Eram 47/2t quando o Central virou o placar. Dura lição. Jogadores e torcedores aparvalhados, sem acreditar no que estava acontecendo. Aprendizado da vida, da bola.

A raiva tomou conta de alguns e logo a lembrança do pouco tempo para condicionar melhor a equipe antes do inicio da competição veio à tona. Primeiro os jogadores viraram os culpados. Depois a comissão técnica. Finalmente, a diretoria. Desabafo. Torcedor é mesmo assim. Com o mesmo ardor que defende seu clube, o joga na sarjeta minutos depois.

Com jogo começando às 19:00 horas, o Confiança viajou para Arapiraca. Seu torcedor proletário acreditava numa outra boa partida.

O Asa fazia parte do G4, mas o Dragão vinha de uma vitória sobre um Salgueiro que chegou ao Batistão com uma sequencia de boas partidas. “No mínimo um ponto a gente trás na sacola” – pensou-se.

E o time se portou bem. Fez o seu jogo. Dentro do que determinou seu treinador. Manteve-se atento e não deixava o Asa tomar as rédeas da partida. Faltavam apenas 5 minutos de jogo quando o Asa fez o seu gol.

Para o torcedor uma ducha gelada. Lá se foram as esperanças de trazer pelo menos um pontinho. E assim como o torcedor do canarinho, reagiu na mesma sequencia: jogadores, comissão técnica e diretoria foram os grandes culpados pela derrota.

Nesse instante poucos se lembram das palavras do diretor de futebol Ernando Rodrigues dizendo que o clube proletário ainda está aprendendo a jogar esses campeonatos nacionais. O Dragão como um todo, e sua torcida também deve ser ai incluída, está dolorosamente aprendendo a disputar partidas mais difíceis, com mais pegada, com mais manhas, com mais “roxo” entre as pernas. E não é uma questão de valentia. É de saber onde, quando e qual a hora.

Não pense que se fala em conformismo. É um entendimento da realidade que às vezes as labaredas do coração não permitem que se pense com mais crueza e discernimento.

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Gente amiga, vamos continuar em oração para que o querido Barroso Guimarães tenha sucesso absoluto na operação a que será submetido na próxima quarta-feira. Nas suas horas de encontro com o Pai Maior inclua Barrosão e sua família, pedindo calma, serenidade e fé. 




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