sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Campo do Confiança

Honra e glória do futebol sergipano. Como o time, 63 anos de tradição e de história. E que bela história. O time nasceu proletário, da fábrica que cedeu o terreno para que fosse erguido o seu coração, o coração da nação alvianil do bairro industrial. Um proletário com sangue azul.
Esse lugar de tantas lutas e tantas glórias, solo sagrado da máquina mortífera do nosso futebol: estádio Sabino Ribeiro. Encravado no coração do bairro e no coração do torcedor. Sente-se que um só existe, porque existe o outro.
O "Sabino" vai a leilão. Será no dia 29 deste mês de outubro de 2009, às 9:00 h da manhã, uma quinta-feira que se as previsões tornarem-se realidade, vai ficar como o pior dia da vida do Confiança, da sua nação, de todos que amam o futebol.
O terreno onde está construído o estádio está penhorado. É a garantia de uma dívida a nível federal, no valor de R$ 2.336.000,00, que a proprietária do imóvel, a fábrica de já decretada falência, Ribeiro Chaves.
O presidente do Confiança Milton Dantas, declarou estar "preocupado e triste". Apesar de ter esperança de que devido ao alto valor da penhora, 2,4 milhões, não apareça comprador para o terreno.
Só o coração proletário do presidente para não ver uma dura realidade: naquela região, após a construção da ponte Construtor João Alves, estão surgindo vários empreendimentos imobiliários. Até porque, há uma promessa do Governo do Estado de contruir naquela parte debaixo da ponte, uma grande área de lazer para a população do bairro. Há inclusive, uma conversa que circula na área do comércio varejista, de que uma grande rede de supermercados procura um grande espaço na região, para montar um hipermercado. Se olharmos sem paixões, o Sabino está numa posição privilegiada para esse tipo de comércio.
O presidente aventou a possibilidade de um grupo de torcedores do Dragão, comprar o terreno. Coisa muito difícil. Quem tem R$ 2,4 milhões para investir, na vai "gastar" com o estádio do time do seu coração.
Ficará muito difícil a existência do Dragão do Bairro Industrial, sem o seu ninho, sem seu estádio, sem o "Sabino". Seria o mesmo de existir a praia, sem existir o sol. Existir a lua, sem existir o céu estrelado.
A nação proletária está triste e apreensiva.
O futebol sergipano poderá ficar menor, muito menor.

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