Pô! |
Não sei você; mas já ando de saco
cheio desses coleguinhas do sul e sudeste a reclamarem que os campeonatos
regionais precisam de mudanças, que não acrescentam nada ao futebol, que são
torneios falidos e que só os campeonatos sob a chancela da CBF agregam algum
valor.
Caramba! É claro que o campeonato
brasileiro tem um enorme peso para todos os clubes que dele participam. É claro
que só tem direito a um solzinho (mesmo que fraquinho) aqueles que disputam um
torneio nacional. Mas daí a dizer que os campeonatos regionais têm que acabar,
existe uma distância enorme a ser percorrida.
Pense comigo. Times grandes do
eixo Rio/São Paulo, têm mercado onde forem jogar. Contra quem eles joguem a
televisão banca a cobertura porque dá audiência. Então eles podem formar um
calendário sem campeonato regional. Porém, os prováveis adversários, os
chamados “pequenos”, têm que coexistir para que possam enfrenta-los e que as
grandes rendas sejam arrecadadas.
Esses “pequenos” precisam de
outros “menores” para mantê-los ativos até chegar o momento da partida contra os
“grandes”; e só conseguem, se existirem os campeonatos regionais. São esses
campeonatos que dão a estrutura mínima para a sua manutenção. Sem os regionais,
os “pequenos” deixariam de existir e os “grandes” não teriam com quem jogar,
exceto claro, entre eles; o que convenhamos, logo cairia numa mesmice sem
tamanho e os estádios ficariam vazios.
Então, é preciso sim que sobrevivam
os regionais. Se nos grandes centros eles não dão o retorno devido, ou o torcedor
do time “grande” não quer assisti-lo contra times “menores” da própria região, que
se encontre uma formula de consenso (existem campeonatos em que os chamados “grandes”
daquela região só participam das semifinais. Eles participam de torneios outros
e quando entram no regional juntam-se aos quatro, seis, melhores classificados
e ai praticamente, outro campeonato é disputado entre os “grandes” e os “melhores-menores”).
Também é preciso ter uma visão
mais social para o futebol. Como sempre diz o presidente José Carivaldo da
Federação Sergipana de Futebol: - “para onde irão esses jogadores que não
conseguem colocação nos grandes clubes? Não são profissionais? Não têm família
para cuidar?” Concordo com ele. Nem só
de Freds, Guerreros, Cenis, ou Robinhos vive o futebol. Os Joãos, os Vitors, os
Muribecas, precisam dos regionais para sobreviverem e até para formarem a base
substituta para as possíveis reposições de elencos, devido ás vendas para o
exterior.
Viva ao Regional! Com seus campos
ruins, suas mutretas, suas brigas de bastidores, seus clássicos de estádios
vazios. Mas nenhum Flamengo x Vasco substitui um Sergipe x Confiança. Nenhum São
Paulo x Corinthians substitui um Estanciano x Boca Junior. Nenhum!
Té manhã!
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