A Nação Tricolor se fez presente e é a grande campeã
E a inhaca de cebola chegou aos
narizes dos que não acreditaram no Itabaiana. A Nação Tricolor acreditou. Tanto
que bateu todas as demais consideradas nações, como a Proletária e a Colorada,
no quesito participação e incentivo.
O Tremendão da Serra ganhou o
primeiro turno e arriscou esperar o campeão do segundo. Não se sabe se consciente.
Mas, estrategicamente, foi bom em todos
os aspectos. Até uma possível desmotivação ou relaxamento foi posta a prova.
Porém ficou a lição de que pensando
frio, planejando e executando o decidido, pode-se obter ganhos financeiros e
emocionais com uma final após cruzamentos olímpicos. As duas partidas finais
foram super motivadas. Bom que se diga que os deuses abençoaram o campeonato,
quando ficaram na disputa duas das maiores forças do futebol sergipano.
Talvez não fosse a final tão
motivada, se um dos finalistas tivesse que disputar com equipe de menor porte. Como
aconteceu em São Paulo, onde o título foi decido entre Santos e Guarani.
O que vale agora é o torcedor
tricolor soltar o grito de “é Campeãããããão!” da garganta e comemorar prá valer.
Após sete anos, foi um título prá ficar prá história dessa valorosa equipe.
-o-
Técnicos e dirigente têm que
começar a pensar seriamente nesse fenômeno que vem ocorrendo no futebol
brasileiro. A decisão em São Paulo, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, onde
uma equipe chamada “grande” decidiu o título com uma “pequena”.
O que levou o Guarani a decidir o
título com o Santos? E o Caxias, com o Internacional? O América, com o
Atlético? Deixando grandes equipes de fora da disputa, causando um enorme
prejuízo financeiro?
O argumento de que os pequenos
também têm que vencer prá crescer, não cabe no mundo corporativo, dos grandes
negócios, onde a potencialização do lucro é a meta para todos. Não se pode
pensar o negócio futebol com o pensamento rasteiro de um ex-presidente José
Sarney, que resolveu nivelar todos por baixo e inventou uma tal correção
salarial, onde quem ganhava menos tinha uma correção maior do que quem ganhava
mais. Quem teve a infelicidade de viver
nesse período, sabe bem no que deu essa burrice. Até carne sumiu das prateleiras
dos supermercados, e para comprá-la tinha que ser às escondidas, como algo
proibido.
Uma das hipóteses a ser discutida
passa pelo entrosamento dessas pequenas equipes. Por poderem sair contratando ao
bel prazer do técnico, seja pela falta de recursos e até porque não atraem
grandes nomes, focam em jogadores que se destacam na região e com isso, além do
entrosamento, há a grande vontade desses jogadores de mostrarem serviço na
busca de melhores contratos.
Claro que nesse pequeno espaço, não
dá para se discutir a fundo esse um assunto. Mas fica plantada a semente do
questionamento. Por que o São Domingos é tão forte? E o River Plate? O Socorrense?
Até o próprio Itabaiana, que foi o grande campeão, tem vários desses bons
jogadores regionais no seu elenco. Mas no papel e mesmo em campo, foi o
Confiança, onde poucos jogadores são “regionais”,
quem fez a melhor campanha, mas não levou. O que faltou?
Quem assistiu às duas partidas da
final, viu que o Tricolor foi outro time após a expulsão do seu briguento técnico
na primeira partida, no Médici. Substituído pelo “regional” Ferreira e dentro
de campo, comandado pelos também “regionais” Valdson, Mazinho e Everton, o
Itabaiana meteu 3 a 1. Durante a partida final, quando o Confiança vencia por 1
a 0, que dava o título ao tricolor, o comentarista Reginaldo Gouveia, da Cultura/Cooperase,
chegou a afirmar ter visto Valdson pedindo calma ao seu agitado técnico. Vamos pensar
no assunto?
-o-
Seria irônico se não fosse
trágico. O troféu do campeonato sergipano de 2012 recebeu o nome de Reinaldo Moura,
nada mais nada menos, que o atual “homem forte” do Club Sportivo Sergipe. Seria
por demais irônico se o Confiança tivesse levantado o campeonato, e para suas
prateleiras fosse um troféu em homenagem a um grande colorado. Claro que ao ser
entrevistado, Reinaldo lembrou que seu nome fora aprovado por unanimidade pelos
dirigentes dos clubes. Gentil esse Reinaldo. Mas que seria estanho, ah! Isso seria.
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