terça-feira, 26 de outubro de 2010

Política, também

Religião invade a eleição

Permanece forte a disputa presidencial. Cada candidato procurando mostrar sua face religiosa. Não importa qual o credo. Sai uma procissão, lá estão os candidatos. É um culto evangélico, lá estão os candidatos. É festa de Cosme e Damião, lá estão os candidatos. É uma palestra espírita, lá estão os candidatos. Não importa prá eles qual a denominação, qual o rito, o importante é estar no meio daqueles que podem votar e eleger um dos dois.

Outro ponto a ser levantado é a moralidade. Cada um quer ser o mais moralista possível. Se nas rodas de amigos é a favor do aborto e do casamento entre homo afetivos, para o grande público são contrários “apesar de aceitar que cada um tem direito de fazer a sua escolha e de tê-la respeitada”. O pior de tudo é que daqui a quatro anos, ou até antes, pois teremos eleições municipais, todos eles estarão outra vez participando e quem sabe até, numa posição bem diferente da atual.

E por mais que atual ocupante do cargo presidencial invista em manter o país longe do “imperialismo americano”, o povo cada vez mais se torna “americanizado”. O que ora acontece a nível religioso nesse segundo turno, também acontece nas eleições estadunidenses.


Limpeza geral

Deve ser muito duro viver de apadrinhamento político. Não faz concurso, entra em áreas das quais nunca ouviu falar e ainda é indicado para chefia, tem que fazer das tripas coração para seu grupo permanecer no poder, todo final de semana é escalado para bater palmas nas mais variadas “solenidades”, hora de chegar e sair “coincide” com a do chefe, além de permanecer sempre sorridente para angariar simpatia.

Apesar de tudo isso, o apadrinhado tem a todo final de eleição ainda tem que ouvir do novo “chefe” ou de seus “companheiros” que “agora que acabou o pleito, vamos verificar quem esteve no nosso lado. Por isso vamos fazer uma limpeza geral. Trocar todos que fizeram corpo mole nessas eleições”. Deve ser duro, muito duro, viver assim.


De olho aberto

O governo federal há muito vem repetindo a mesma mentira para transformá-la numa verdade. Desde que o Franklin Martins obteve poderes para sugerir sobre o papel da imprensa, que a todo instante surge uma estória de que é preciso controlar o 4º poder. Como a grita tem sido muito forte em Brasília, chefetes estaduais vêm pouco a pouco colocando a mordaça através das assembléias legislativas.

Já não basta a mordaça da publicidade pública que é direcionada para “os amigos do homem”. Agora sob a desculpa de que jornais, tv’s e rádios são de propriedade de “grande grupos manipuladores de notícias”, como se não houvesse a concorrência, está sendo instalada a monitoria da mídia. A assembléia do Ceará abriu o caminho, que começa a ser trilhado pelas da Bahia, Alagoas e Piauí.

É engraçado como se fala tanto dos “horríveis tempos de chumbo” e, no entanto, várias das práticas daquela época estão sendo desenterradas pelos pouco-conhecedores de uma história tão recente. Não se pode nem falar em saudade porque a maioria deles não sabe o que realmente é fazer oposição, ter um lado por convicção e não por oportunidade. Falta-lhes a vivência necessária. Deve-se ficar de olhos bem abertos para “esses meninos”.

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