quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O arame liso e a torcida

Li no Globo.com que Wanderley Luxemburgo se irritou com o atacante Diogo em coletivo do Flamengo: “-atacante tem que gostar de gol, p...!” gritou o treinador.

Acho que o Sandro Gaúcho deveria gritar assim também para o ataque do seu time, o Estanciano. Parece arame liso: cerca, cerca, mas não fura.

O time fez 7 gols no campeonato. 6 foram do Sharlon e 1 do Eliomar. Todo mundo já viu que se marcar o Sharlon como todos adversários têm feito, acaba com o ataque-de-riso do canarinho. É realmente um ataque mortal, para os torcedores. No último jogo, em casa contra o Boca Junior, com dois jogadores a mais em campo, e com 4 atacantes (Sharlon, Róbson Luiz, Buiú e Marcel), o time rodou, rodou, e não conseguiu encaixa uma única bola no gol defendido por Elvis.

Por falta de um grito se perde uma boiada. Não vai ser por falta de aviso que o Estanciano vai deixar escapar a classificação para a segunda fase da A2, nem a passagem para a série Especial do campeonato sergipano de 2011.

A defesa está compacta, arrumada. A cobertura dessa defesa está de bom tamanho. Porém, o time precisa urgentemente de dois meias mais ofensivos, finalizadores, e pelo menos mais dois bons atacantes. Jogadores que venham para entrar no time. Atacantes, principalmente um homem de área, que venham dividir com Sharlon a responsabilidade de furar o bloqueio das defesas adversárias.

Continuo achando um absurdo a torcida deixar de apoiar o time dentro de campo, incentivando, motivando, cantando, principalmente nos momentos em que as coisas não estão saindo como deveria. São jogadores profissionais que além de estarem “defendendo o leite das crianças”, tem que zelar pela curta carreira, e que estão trabalhando e duro dentro de campo. Quando algo sai errado, seja um toque, um passe, um chute, quem primeiro se irrita é o próprio jogador. Depois vem o treinador, a torcida. Então naquele momento, o que o atleta precisa é da compreensão da torcida para com ele. Do apoio vindo da arquibancada. Quando vem uma vaia, desarruma todo o lado psicológico do jogador. E pior, fortalece o ego do adversário, que se utiliza dessa fragilidade para pressionar mais ainda o atleta vaiado.

Torcer. Mas incentivando e motivando. Observe pela TV, como fazem as torcidas das grandes equipes do futebol mundial. Gritam o nome dos jogadores, cantam hinos, fazem de tudo para empurrar o time prá cima do adversário. As vaias são guardadas para as saídas de campo. Após o encerramento do espetáculo, se forem merecidas, pelo mau desempenho.

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