Como se vê, notícia ruim corre que nem fogo de monturo. Há algum tempo que essa estória de que Miguel Valério estaria retornando para assumir a presidência do Estanciano vem tomando corpo. Agora, estourou de vez.
Prá quem não lembra: para assumir a responsabilidade de levar o Estanciano para a divisão especial, um grupo de esportistas solicitou a saída do então presidente Miguel Valério. A solução encontrada foi: Miguel Valério entrou de licença, Valdemir Oliveira que é o vice, assumiu, e foi formada uma Junta Governativa presidida pelo Antonio Pastel, com o apoio de Sidney Araújo, Tenente Fontes, Prof. Bié, Marcelo Mazzé e Rogério “Piazza”, entre outros. Foi esse grupo apoiado pelo Valdemir Oliveira, que terminou depois de muita luta, com a histórica classificação do Canarinho para a divisão especial do campeonato sergipano de 2011.
Durante toda a disputa da série A2, sempre alguém lembrava que vez por outra, o Miguel Valério, quando estava rodeado de pessoas ligadas ao futebol, mantinha a certeza de que após a licença, voltaria para a presidência do clube.
Não foram poucas as vezes em que ele deu entrevistas como presidente do clube, mesmo estando licenciado. Desde quando ainda estava sendo montado o time para a segundona até recentemente, ele sempre manteve a postura presidencial. Numa última entrevista na rádio Esperança, quando questionado pelo Valter Santos, Miguel declarou que iria solicitar uma prestação de contas ao presidente da Junta e que a partir daí, decidiria se retornava ou não.
Durante ao almoço natalino que o prefeito Ivan Leite ofereceu à imprensa, o assunto voltou a ser ventilado e as mais variadas opiniões e posições foram colocadas. Desde aqueles que defendem o retorno do Valério, àqueles contrários a esse mesmo retorno que, caso venha a ocorrer, porá em risco a manutenção da Junta criada por Valdemir.
Aliás, a coisa chegou ao ponto de Araújo Júnior, ex-presidente do clube, declarar que caso Valério continue com o intento de volta a gerir os destinos do Estanciano, ele, Araújo, o denunciaria junto ao Ministério Público, em face da forma como foi realizada a transferência de mãos da documentação do clube, entre o ex-prefeito José Nelson e Miguel Valério.
Nesses próximos dias, em data que foi prejudicada pelo final de ano, deverá ocorrer uma reunião entre Miguel Valério, cuja licença chegou ao final, Valdemir Oliveira, e toda a Junta. Nessa reunião deverá ser resolvida toda a questão. Se foi ou não por um possível resultado adverso da reunião, o fato é que o diretor de futebol nomeado Sidney Araújo, declarou em entrevista numa emissora da capital, que entregou o cargo.
Existem dois bons motivos para que o Sidney deixasse de tomar essa decisão nesse momento. Primeiro é que o presidente da Junta está viajando, e ele deveria ser o primeiro a saber da decisão do Sidney – que usou o mesmo expediente já tão utilizado por membros dessa Junta: avisar aos torcedores estancianos sobre o que está acontecendo por aqui, via emissoras da capital. Talvez porque dê mais vitrine. Quem sabe? Segundo é que com tanta coisa sendo decidida nesse curto período até o inicio do campeonato, o Sidney – que mostrou competência no cargo, poderia se for o caso, fazer mais esse sacrifício e, depois de tudo arrumado, pedir um afastamento. Numa boa, tranquilamente.
Só resta então esperar a reunião, para saber como vai ficar esse balaio de gatos em que se transformou a cúpula diretiva do Canarinho Impiedoso. Como sempre, o torcedor é quem paga a conta. Enquanto a luta pelo poder decide quem vai ou não mandar no clube canarinho, a angustia de não saber se o time vai mesmo disputar a primeirona, se o estádio vai estar pronto para o jogo contra o Confiança ou, até mesmo, se vai jogar aqui ou em outro município, corrói as vísceras daquele que faz a festa na arquibancada e nas ruas da Estância. Te espero amanhã!
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