terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A incompetência do Governo do Estado, e do Palmeiras

Pois é, tem hora que é preciso botar a boca no trombone e dizer o que todos sabem, mas escondem, porque depois cada um vai pro seu lado e quem calou, consentiu. É o caso de Valdívia no Palmeiras e nós aqui na Estância com relação ao Francão.

Valdívia veio ganhando menos do que ganhava na Arábia, por várias vezes entrou em campo sem as condições ideais, e não precisa sem especialista para observar como ele se esforçava para realizar pelo menos um tempo de jogo e não conseguia, saindo puxando da perna que não curava por falta de tempo no tratamento.

O Francão começou a ser reformado e foi dada uma data para a entrega da obra antes do início do campeonato da série A2. O prazo foi sendo prorrogado, o time jogando na Vila Operária, conseguindo passar da primeira para a segunda fase, e nada da liberação do estádio. O time entrou na segunda fase, conseguiu a classificação para a primeira divisão do campeonato do próximo ano, a torcida fez uma enorme festa, todos cientes de que o time iria disputar seus jogos no devidamente adaptado estádio, soprando novos ventos no futebol da Estância.

Valdívia permaneceu atendendo aos pedidos do seu comandante para participar das partidas até onde desse. A torcida cobrava mais produtividade e maior retorno do chamado investimento da sua contratação. Diretores do Palmeiras insinuavam que o problema do jogador era psicológico, e que as baladas talvez estivessem atrapalhando seu desempenho.

A diretoria do Estanciano acreditava que com os jogos no reformado estádio, as rendas e públicos recordes alcançados na segunda divisão, seriam facilmente batidas e o clube teria a tão sonhada condição de formar um bom elenco para fazer bonito no seu retorno è elite. As máquinas continuam paradas, o gramado que tivera sua implantação iniciada dá sinais de que não está sendo cuidado, paredes foram retidas deixando fragilizada a segurança, equipamentos não são instalados.

O jogador chileno não suportou e botou a boca no trombone. Disse que estava com salários e outros direitos atrasados, que não estava jogando bem porque era induzido a entrar em campo para ajudar a fraca equipe, que o que os diretores diziam não condizia com a verdade, que deixou de ir para o Flamengo, ou São Paulo, ou Cruzeiro, porque se sentia bem no Palmeiras, que a torcida estava mal informada sobre a realidade e que, se nada mudar agora para 2011, vai procurar outro caminho.

Enquanto o Governo Estadual não paga como deve as empreiteiras, elas fazem o que bem entendem com as obras. Os prazos não são atendidos porque o dinheiro pinga em ritmo lento. A secretaria envolvida não cobra da empreiteira porque não tem a moral do pagamento efetivado, o Ministério Público fica suspendendo uma obra que não é encerrada porque falta competência aos gestores para fazê-la andar como deve, e ninguém fala nada porque cada um quer defender o seu lado, quer ficar bem com o Governo.

Assim como Valdívia pode deixar o Palmeiras, o Canarinho pode deixar de jogar nos seus domínios na divisão especial porque a obra do Francão continua incompleta, como incompleto permanece o hospital instalado ao lado do estádio. Nos dois casos fica claro que a incompetência grassa. O Palmeiras por não respeitar seu investimento, o jogador e ídolo Valdívia. O Governo do Estado por não ter capacidade nem competência para gerir as obras que começa e não sabe quando vai terminar.

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